29 abril, 2016

Dan Brown - O Símbolo Perdido

 Editora Arqueiro
489 páginas
Tradutora Fernanda Abreu
Avaliação de zero a dez: 8


Dan Brown é um autor americano conhecidíssimo em virtude do sucesso de seu livro O Código Da Vinci, que teve sua versão para os cinemas e vendeu mais de 80 milhões de cópias. É um escritor detalhista, seus romances costumas ser bem embasados com pesquisa histórica profunda e adora abordar temas polêmicos sempre envolvendo de alguma forma o embate entre a religião e a ciência. Foi considerado uma  das 100 pessoas mais influentes do mundo, isso não é brincadeira prá qualquer um, afinal seus livros foram traduzidos para mais de 50 idiomas. Ele é um fenômeno editoral com certeza. Tem milhares e milhares de fãs no mundo inteiro.

Assim sendo, não era de se esperar que O Símbolo Perdido também não fosse um sucesso. Robert Langdon é o seu protagonista principal, um professor especializado em simbologia, historiador e um cético por natureza está sempre envolto em mistérios e muita ação.  Costumo dizer que Langdon é o alter ego de Dan Brown, já que ele foi praticamente criado na igreja, cantou em coro, participou de escolas dominicais é um profundo conhecedor dos rituais cristãos e a impressão que dá, é que questiona como ele, todos os princípios que aprendeu na infância e adolescência.

Sim, em todos os seus livros, Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Inferno e O Símbolo Perdido a temática é a mesma, homem/ciência x homem/religião. Nesta última aventura o discurso de seus personagens, muito mais do que esclarecer a maçonaria em si, seus símbolos e conceitos, tem como tema a necessidade recorrente de afirmar que Deus é uma fuga humana. Um recurso que é utilizado por todos homens desde o princípio da história da humanidade.

Robert Langdon dessa vez é chamado por um amigo para uma palestra em Washignton DC, mas quando chega lá o que encontra é de arrepiar. Seu amigo foi sequestrado e há um tempo determinado para que ele seja entregue com vida: o resgate depende de Langdon, que terá que decifrar os códigos da Maçonaria e levar o sequestrador a tomar posse de um poder inestimável. O personagem não tem outra saída a não ser colaborar com o sequestrador. Pesquisas científicas envolvendo a noética, códigos escondidos em pirâmides, assassinatos, cerimonias envolvendo crânios, sangue e sacrifícios humanos fazem parte do roteiro a ser seguido.

É entretenimento certo! Desperta a atenção e dessa vez se propõe a te levaa a conhecer outros universos religiosos e a questionar seus fundamentos.
Como sempre e talvez por ser (de certo?!) muito patriota, os Estados Unidos são colocados como o centro do mundo, portador de todos os segredos e conhecimento necessários para a mudança da humanidade.

Tirando o discurso "deixe a fé de lado e creia no homem" que já cansou um pouco, afinal é o 5º livro, já entendi.... é um livro excelente.


27 abril, 2016

Art Spiegelman - Maus História Completa

Editora Quadrinhos na Cia.
296 páginas
Tradutor> Antonio de Macedo Soares
Categoria: HQ, Nazismo
1ª Edição: 2005
Avaliação de zero a dez: 10!

Não pense que se trata apenas de uma história em quadrinhos com uma visão crítica da sociedade nazista contada de uma forma estranha. Longe disso.
Maus em alemão significa rato e é a história de um judeu sobrevivente do Campo de Concentração de Auschwitz narrada por ele próprio ao seu filho Art, autor do livro, que também é responsável pelas ilustrações.

A história contada de uma forma diferente: judeus são ratos, nazistas tem a forma de gatos, poloneses não judeus são porcos e americanos retratados como cachorros, deu ao autor o primeiro prêmio Pulitzer. Isso em si já um fato inédito porque esse é o principal premio concedido a um jornalista.quando sua obra é considerada importantíssima, em termos de conhecimento/denúncia, como contribuição para a humanidade.

Na primeira publicação a história foi lançada em dois volumes e depois do sucesso estrondoso de crítica e público foi compilado num único volume História Completa.

É um tema batido? Jamais. Temos que nos lembrar constantemente das atrocidades que os homens são capazes de fazer e lutar veementemente para que não ocorra nunca mais. E olha que os ditos seres humanos adoram uma pitada de crueldade e não medem esforços para que suas ideias prevaleçam, mesmo que para isso tenham que matar metade da população mundial, basta vermos as notícias sobre as guerras intermináveis na Síria, na Bósnia, no continente Africano. Penso eu comigo mesma que também são outros holocaustos. 


O grande mérito desses quadrinhos é que como os personagens são animais, não há um apelo emocional ou sentimentalista, pelo contrário, com todas as imagens em preto e branco, o livro é perturbador. Podemos dizer claramente, as pessoas são más. Muito más.
Tenhamos claro em nossas mentes que nada, absolutamente nada vale o sacrifício de um ser humano, nenhuma raça é melhor que outra....toda discriminação é um perigo.
Leia, abra sua mente, questione e lute para mudar o mundo.


26 abril, 2016

Rita Lobo - Cozinha Prática

Editora Senac São Paulo
304 Páginas
1ª Edição
Avaliação de zero a dez: 7

Rita Lobo é uma queridinha do público e dos entendidos em uma boa refeição. Se engana quem pensa que a moça é só bonita e simpática. Rita se formou em Gastronomia nos Estados Unidos em 1995. Além disso se tornou colunista na Revista da Folha do Jornal A Folha de São Paulo e depois de muitos pratos provados,lançou seu primeiro livro Cozinha de Estar  em seguida Culinária para Bem Estar- Receitas Anti-TPM (livro  esse que todas as  mulheres deveriam ler).

Rita Lobo não cabe numa forma só, migrou do jornal escrito para a TV e plataformas digitais, criou um site, um canal no Youtube e o programa na GNT.
Seu último livro traz 60 receitas testadas, dicas e técnicas culinárias apresentadas no programa. 

As receitas seguem o padrão da autora, tudo é simples e ao mesmo tempo requintado, ela consegue transformar um lombo num prato de restaurante 5 estrelas e o arroz e feijão de todo dia numa receita especial.
Tudo muito acessível e fácil, detalhado numa linguagem sem complicação. Tá certo que as vezes ela apresenta suas receitas e dicas como se todo mundo tivesse acesso aos ingredientes ou como se eles  fossem baratinhos.

Essa é a minha tristeza, em um tempo de crise como o Brasil vive hoje, deveriam existir mais iniciativas como a do participante do Masterchef Lee, que se dispôs a criar uma cozinha experimental que, utilizando-se de ingredientes simples e baratos, consiga oferecer para as classes de baixa renda ou de baixo poder aquisitivo os prazeres da culinária bem feita.
Chef Lee (Masterchef Brasil 2016)

Por que me digam quem é que dá classe "C, "D" ou "E" consegue comer macarrão de salmão defumado com creme e ervas? A maioria nem sabe que isso existe. Está que nem a música do Pagodinha "Você sabe o que é Caviar? Nunca vi, nem comi, só ouço falar".


25 abril, 2016

Donald Thomas - A execução de Sherlock Holmes

Editora Elevação
362 páginas
Categoria: Policial, Investigação, Suspense
Tradutor: Anke Schuttel
1ª Edição
Avaliação de zero a 10: 4.

Li essa obra de Donald Thomas e ainda não conheço nenhuma outra para avaliá-lo. É um livro bom? Até é, mas quem conhece Sir Conan Doyle ficará com essa estranha sensação de cópia mal feita.

Doyle sabe como contar bem uma história, sua riqueza de detalhes, a paixão de Watson pela inteligência e brilhantismo de Sherlock, que beira a devoção, os chiliques do detetive mais famoso do mundo, sua visão única e sua personalidade conturbada, tudo descrito na medida certa o torna incomparável como autor. Não foi à toa que sua obra perdurou tantos anos e se tornou imortal, base de todos os outros personagens que avaliam a cena do crime. Portanto se olharmos dessa forma seremos mais compassivos com Thomas.
Donald Thomas escreve bem, mas é como querer interpretar um personagem quando um outro ator o deixou marcado para sempre. É impossível evitar a comparação.

Nessa obra são apresentados vários contos que abordam casos "inéditos" do detetive, o primeiro que dá título ao livro apresenta um Sherlock imobilizado em decorrência das drogas que lhe foram ministradas e à espera de um julgamento cujo veredito já foi decidido antes mesmo de sua realização. O tormento, dúvida e busca por uma solução e escape, marcados pelo super ego do personagem estão muito bons.

Os demais contos: O caso da Chave Grega, A Camareira Fantasma e A Rainha da Noite são sofríveis, já  O assassinato de Peasenhall se salva por pouco, lembra mais um Hercule Poirot de Aghata Christie, mesmo assim um pouco deficiente.
Talvez funcionassem melhor como roteiro de filme ou se Donald criasse um personagem seu, ainda que baseado na obra de Doyle.

Como distração até funciona, mas quem é apaixonado mesmo por Sherlock Holmes não vai gostar muito. Meu conselho é comece a leitura do último conto para o primeiro, o resultado é melhor.

24 abril, 2016

Dia Internacional do Livro

Hoje é o dia internacional do livro e realmente tentei me lembrar da maioria das obras que li.... Não dá!
Mas dá pra saber o que eles fizeram por mim, abriram minha mente, aguçaram meu raciocínio,  romperam minhas fronteiras me levando por lugares mágicos onde nunca conseguiria colocar as plantas dos meus pés.
Ah eles me fizeram conhecer pessoas maravilhosas,  me transportaram através do tempo e me deixaram vivenciar momentos únicos da história.
Foram meus amigos em situações difíceis,  consolaram meu coração em muitas horas de choro. Despertaram minha fé em Deus e nos homens ao conhecer suas experiências e sofrimentos.
E como gorda que sou como esquecer de todos os pratos e receitas maravilhosas que provei, países e culturas que conheci...
O dia do livro pra mim é todo dia....
Não dá pra dispensar tão boa companhia.
Obrigada Marcelinho Teixeira da Silva por despertar em mim o desejo de ler.

18 abril, 2016

Dia do Livro Infantil

Hoje é o Dia do Livro Infantil,  impossível comemorar essa data sem falar de #RuthRocha, que para mim, além de Monteiro Lobato, é a expressão da literatura para crianças.
O #livro #marcelomarmelomartelo vendeu mais de três milhões de exemplares: é um fenômeno!
Dona Ruth é uma escritora maravilhosa que consegue criar universos de fantasia, educando   alegrando,  fazendo seus pequenos e grandes leitores sorrirem.
E sabem como ela começou?  Ouvindo #histórias contadas por sua mãe d. Esther: histórias do #sitiodopicapauamarelo....
#Ler para uma #criança muda o mundo.

12 abril, 2016

Evandro Daolio - Ria da Sua Vida Antes que Eu Ria da Sua

Novo Século Editora
304 páginas
Categoria: Auto Ajuda
17ª Edição
Avaliação: De 0 a 10 = 10

Atingindo a marca de mais de um milhão de leitores, a série Ria da Minha Vida é um fenômeno da literatura nacional e classificá-la como auto-ajuda é no mínimo injusto. É verdade que chega a ser motivacional, mas a intenção não era essa, Daolio queria contar suas "desventuras em série'" e ao contar sua história fez um dos melhores stand up da literatura nacional numa época em que ninguém fazia,

Essa série é um dos melhores exemplos de como é possível escrever bem com humor e irreverência sem cair na mesmice. Tem todas as situações possíveis, traição, vergonha própria e alheia, mas tem uma história de amor maravilhosa e acho que esse é o seu segredo, escrever com sinceridade sobre ilusões e desilusões sem querer ser engraçado, mas conseguindo ver o melhor que a vida pode oferecer.
Quando ler esse livro você vai descobrir que consegue sobreviver sim e ser feliz.
Super recomento, adorei!

05 abril, 2016

Steven James - A Torre

Companhia Editora Nacional
470 páginas
Tradução Rafael Farinaccio
1ª Edição: 2013
Categoria: Policial
Avaliação: De 0 a 10 = 8

Estou detalhando mais as informações sobre os livros acrescentando a categoria, algo sobre o autor e a edição que li. Isso porque já peguei edições que deixaram a obra irreconhecível...
Vamos lá...
Sobre o autor: Steven James é autor de mais de 30 livros e super reconhecido mundialmente, isso porque é um colecionador de prêmios, entre os quais 4 Storytelling World Honor e também por ter ganho em 2009, 2011 e 2012 o Christy Awards na categoria suspense, ou seja, o cara sabe o que faz.

A Torre faz parte de uma série protagonizada pelo detetive Patrick Bowers, um jovem gênio na área de análise criminal baseada em dados temporais e geográficos. Realmente ele sabe das coisas, profissionalmente, porque sentimentalmente e emocionalmente é um desastre. Talvez por isso o sucesso do personagem. 

Esse é o segundo livro e embora não haja uma continuidade explícita no início da história, você logo percebe que está conectada com o primeiro volume. Dessa vez, Bowers, sua enteada e a psicóloga Lien-Hua que traça os perfis dos criminosos enfrentarão um psicopata que adora torturar e matar mulheres afogadas. Mas a trama não fica só nisso, Steven James prova logo porque é premiado, o suspense é contínuo e você vai percebendo que há muitos outros interesses por trás dos assassinatos.

Tramas políticas, dispositivos secretos, tubarões, casos amorosos, segredos e traumas do passado, dificuldades de relacionamento fazem parte desse thriller policial brilhante. Dei 8 na avaliação porque gostei mais do primeiro, se bem que não vejo a hora de ler o próximo livro da série: O Cavalo.

Ah, uma coisa bem legal é que no final da história sempre vem o primeiro capítulo do próximo volume prá você ficar morrendo de vontade de saber como a história continua.
Sacada de mestre.

Se gosta do estilo ação, suspense e policial, você vai adorar.

Obs.: quanto à apresentação do livro o que mais gostei foi que a Companhia Editora Nacional caprichou nos detalhes, no rodapé traz o nome do livro e do autor, coisa que a maioria das outras editoras não faz mais, além de colocar a imagem da peça de xadrez que dá nome ao livro.
Pequenos cuidados que fazem toda a diferença....