23 maio, 2016

Nagib Mahfuz - A Batalha de Tebas

Editora Record
382 páginas
Gênero: Romance
Avaliação de zero a dez: 10

Talvez você não conheça o autor Nagib Mahfuz, eu não conhecia, comprei o livro sem nenhuma pretensão, mas vou te contar: que coisa boa que comprei!

A Batalha de Tebas é o segundo livro de Mahfuz  que ganhou o Premio Nobel de Literatura em 1988, isso por si só já fala muito sobre ele, que também é uma das maiores referências da literatura árabe. 

Para quem gosta de aventura, guerra, intrigas e romance esse livro é perfeito. A história se passa no Egito Antigo, período e local  sobre os quais ninguém escreve, o período em que os egípcios foram dominados pelos hicsos, um povo bárbaro e cruel. Você consegue imaginar uma situação dessas? Parece roteiro de filme e poderia virar um com certeza.

Os hicsos instalaram-se no poder em Mênfis e dominaram o Egito durante três dinastias, no final do império médio: o governador de Tebas morre, seu filho Kamus foge e vive escondido em Nabata, que tem um filho Ahmus, que volta disfarçado de mercador e prepara uma batalha (a do título) para libertar o povo e se vingar dos dominadores.
Ah, mas tem uma história de amor, um grande amor proibido no meio disso tudo.

Mahfuz escreve muito, muito bem, cria os ambientes e os personagens com detalhes, sem 
ser tedioso, muito pelo contrário. Você se vê andando no meio das palmeiras,vivendo um grande amor,fugindo das conspirações, torcendo prá tudo dar certo. Ficando horrorizada
com o povo bárbaro, não querendo que os personagens morram e nem que o livro acabe...
Descobri que além desse romance escreveu outro que é considerado melhor ainda do que este, estou procurando,  Kifah Tibah, de 1944.

Vale muito a pena ler, se tiver dificuldade em encontrar não desista, o meu exemplar infelizmente foi emprestado e nunca mais devolvido, o que me deixou bastante revoltada. Então não perca a oportunidade de ler essa obra desse grande autor, que escreveu vários romances e roteiros, a maioria infelizmente desconhecida no público do mundo ocidental.

12 maio, 2016

Bienal do Livro em São Paulo

Confira os autores confirmados na 24° Bienal Internacional do Livro de SP

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), chega à sua 24ª edição, com atrações multiculturais voltadas para celebrar a leitura. O evento que ocorre entre 26 de agosto e 4 de setembro de 2016, no Anhembi, reunirá as principais editoras, livrarias e distribuidoras, e trará ao público atrações exclusivas, com presença de autores nacionais e internacionais, lançamentos de livros, tardes de autógrafos, oficinas, brincadeiras e debates.
Em sua última edição, em 2014, a Bienal do Livro se reinventou, trazendo para o público um evento democrático, diverso e multicultural, indo muito além da “feira de livros”. Com o tema “Histórias em Todos os Sentidos”, este ano o evento reafirma esse posicionamento, e convida o visitante a vivenciar as muitas histórias que a Bienal do Livro pode contar, de acordo com seus interesses.
Na Arena Cultural, os visitantes terão o contato com autores de best-sellers, nacionais e internacionais, em bate-papos e palestras exclusivas. Nomes como Harlan Coben, Cassandra Clare, Mário Sergio Cortella e Paula Pimenta já passaram por este que é o maior espaço do evento. Neste ano, outros grandes nomes prometem marcar essa edição. Confira abaixo os autores confirmados:
AVA DELLAIRA
Autora do sucesso juvenil “Cartas de amor aos mortos”, que foi publicado em julho de 2014 pela Editora Seguinte (selo do Grupo Companhia das Letras) e está sendo adaptado para o cinema com roteiro da própria Ava Dellaira. Ela atualmente vive em Santa Monica, na Califórnia, onde trabalha na indústria cinematográfica e escreve seu segundo romance (“17 Years”, previsto para 2018).
JENNIFER NIVEN
“Por Lugares Incríveis”, seu primeiro livro voltado para jovens leitores, foi publicado pela Editora Seguinte (selo do Grupo Companhia das Letras) em 2015, tornou-se um best-seller do New York Times e teve os direitos vendidos para 37 países. Em 2017 a história estreará nos cinemas com Elle Fanning no papel principal. O próximo livro juvenil de Jennifer Niven, “Holding up the universe”, será lançado no final deste ano. Além disso, ela é autora de quatro romances para adultos (“American Blonde”, “Becoming Clementine”, “Velva Jean Learns to Fly”, “Velva Jean Learns to Drive”), dois livros de não ficção (“The Ice Master” e “Ada Blackjack”) e um livro de memórias sobre suas experiências no ensino médio (“The Aqua-Net Diaries”).
LUCINDA RILEY
A autora irlandesa do gênero romance histórico participa de sua segunda Bienal Internacional do Livro de SP. Escritora desde seus 24 anos, já teve suas obras traduzidas para 22 línguas e publicadas em 36 países. Apaixonada pelo Brasil, ela volta ao país para lançar dois novos livros pela Editora Arqueiro: A garota italiana e o terceiro volume da série As Sete Irmãs.
AMY EWING
Autora de livros para Young Adults, escreveu a trilogia “A Cidade Solitária”, publicada pela Editora Leya. “The White Rose”, segundo livro da série, chega ao Brasil ainda em 2016. “The Black Key”, o último da trilogia, será lançado nos EUA no final deste ano.
TARRYN FISHER
Autora best-seller do The New York Times, escreveu a “Trilogia Amor & Mentiras” (Love me With Lies): “A Oportunista”; “A Perversa” e “O Impostor”. Iniciou suas publicações de maneira independente e agora traz para o Brasil “A Oportunista”, sua primeira obra traduzida para o português, pela Editora Faro. Em 2015, seu suspense, “Marrow”, ficou entre os cinco melhores livros de Suspense e Mistério do ano do portal Goodreads, disputando espaço com autores como Stephen King.
KEVIN HEARNE
Fã incondicional de Star Wars desde criança, quando já adorava brincar com caças TIE, X-Wings e bonecos, Kevin Hearne é autor de “Herdeiro do Jedi”, parte do cânone oficial de Star Wars, publicado pela Editora Aleph. Hearne também é autor da série de fantasia urbana “The Iron Druid Chronicles”.
O evento conta ainda com 150 expositores individuais e autores independentes. Entre os nomes confirmados estão: Grupo Autêntica, Companhia das Letras, Editora Cortez, Distribuidora e Edições Loyola, Editora Melhoramentos, Editora Moderna, Editora Novo Século, Panini, Grupo Record, Editora Rocco, Saraiva

04 maio, 2016

Gustave Flaubert - Educação Sentimental

Editora Martin Claret
428 páginas
Tradutor: João Barreira
Gênero: Romance
Avaliação de zero a dez: 10!

Lendo esse livro você vai descobrir porque uma obra se transforma em um grande clássico. Esse romance foi publicado em 1869 e é considerado um dos 100 melhores livros de todos os tempos, mas por que tudo isso?


A história é impecável e conta a história de um jovem, Frederic Moreau, que se apaixona por uma mulher mais velha, os encontros e desencontros de uma paixão proibida já estimulam o leitor, mas tudo isso aliado ao fato da história retratar em parte a vida do próprio autor e os personagens serem inspirados em pessoas reais, já muda tudo. Além disso, o contexto é importantíssimo, pois tudo acontece durante a revolução francesa de 1869 e a fundação do Segundo Império Francês.


Ah então é um romance histórico? Mais do que isso. Gustave Flaubert é um mestre em apresentar personagens que fogem totalmente do maniqueísmo comum na literatura onde os mocinhos são bons e os bandidos são maus. Talvez por isso tenha permanecido tão 
Gustave Flaubert, histórias sempre atuais

atual. Frederic Moreau não é bom nem ruim, não é totalmente correto e nem totalmente falho. 

A revolução poderia ser agora no Brasil, na Turquia, na Europa e tudo se encaixaria. A paixão pela mulher do amigo! Você assistiu o filme Simplesmente Amor? O rapaz que se apaixona pela esposa do melhor amigo? Muito atual e sensível.


As inseguranças, a fuga para outros relacionamentos, a volta para a paixão, o desencontro amoroso, tudo cercado por lutas, mortes, bombardeios, buscas por lugares seguros, gente alienada que tenta fazer de conta que o mundo está bem quando na verdade está ruindo ao seu redor...
Esse é o contexto maravilhoso de Educação Sentimental. Se você gosta de um romance espetacular não deixe de ler. Eu o li aos 16 anos e reli depois de adulta, o impacto é o mesmo.
Não perca!!! Recomendo muito,